Sobre

A Igreja de Santa Clara do Porto integrava o antigo conjunto monástico feminino da ordem das clarissas, fundado em 1416 e extinto em 1900. É uma referência do barroco português e um dos maiores exemplares de talha dourada nacional, albergando dos mais bem-sucedidos trabalhos dos entalhadores da escola portuense.

Portaria

Portaria

Atualmente, espaço de receção ao visitante e bilheteira, de revestimento de azulejo enxaquetado a azul e branco da primeira metade do século XVII, fora em tempos a entrada do convento para as freiras clarissas. As aberturas na parede, agora entaipadas, permitiam o acesso aos dormitórios e ao claustro.

Coro baixo

Coro baixo

Espaço utilizado pelas freiras para assistir às celebrações litúrgicas e para praticar os ofícios divinos. Foi revestido, no século XVII, com azulejo enxaquetado, subsistindo desse revestimento vestígios junto da grade, e apresenta cobertura em caixotões de organização seiscentista, pintada de branco e verde, respeitando a camada já existente do século XIX. Atualmente, o espaço cumpre a função de núcleo museológico, onde é possível observar um leque de bens culturais provenientes de outros espaços do antigo convento.

Igreja

Igreja

Espaço dedicado à população para culto e práticas litúrgicas. A estrutura primitiva da igreja, em pedra, remonta à fundação do convento, em 1416, embora tenha crescido em altura com as obras empreendidas nos finais do século XVII e nos anos trinta do século XVIII. O seu interior resulta de um acumular de camadas artísticas, que combinam elementos do século XVII com formas do barroco joanino do segundo quartel do século XVIII, de teor abundantemente decorativo, onde a policromia joga com o dourado. O mestre entalhador Miguel Francisco da Silva executou o revestimento de talha na década de 30 de setecentos.

Coro alto

Coro alto

Servindo a mesma função do coro baixo, este espaço diferenciava-se por se destinar à abadessa, freiras professas e outros membros relevantes do convento, seguindo uma hierarquia. O atual cadeiral, cuja qualidade artística reside essencialmente nos entrepanos e nas misericórdias; o revestimento azulejar; e a cobertura em caixotões, com pinturas vegetalistas, foram executados entre 1680 e 1683, transformando completamente o espaço. Um dos principais responsáveis destas obras foi o mestre carpinteiro Manuel da Rocha, colaborador regular da casa durante o último quartel do século.

Cronologia

  • 1405

    O Papa Inocêncio VII autoriza a trasladação das freiras do Mosteiro de Santa Clara do Torrão, em Entre-os-Rios, na confluência do Rio Tâmega com o Rio Douro, um local solitário e propício à ação de malfeitores, para o local dos “Carvalhos do Monte”, dentro do burgo fortificado, através da bula Sacrae Religionis, sob o patrocínio de D. Filipa de Lencastre.

  • 1416

    Foi lançada a primeira pedra, benzida pelo Bispo do Porto, D. Fernando da Guerra, na presença de D. João I, que custeou grande parte da construção do convento, e do seu filho, Infante D. Afonso.

  • 1427

    Foi efetivada a trasladação da comunidade do Torrão para o Mosteiro de Santa Clara do Porto.

  • 1457

    Termina a construção da igreja.

  • 1730 / 1732

    Contrato com Miguel Francisco da Silva para ampliação da igreja e seu revestimento a talha dourada.

  • 1834

    Joaquim António de Aguiar, Ministro e Secretário do Reino, decreta a extinção das ordens religiosas. No entanto, foi permitida a vida em clausura até à data da morte da última religiosa nos conventos femininos.

  • 1895

    Concedido à Paróquia, pelo decreto de 17 de abril, o uso da igreja e das dependências necessárias para o culto e a livre prática das funções paroquiais.

  • 1900

    Morte da última freira e encerramento do convento.

  • 2014-2015

    Primeira fase das obras de restauro, no âmbito da candidatura apresentada pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) à medida Património Cultural do ON2/QREN, que contou com o apoio da Fundação Millennium BCP.

  • 2016-2021

    Continuação das obras de restauro promovidas pela DRCN, comparticipadas em 85% pelo Programa Operacional Norte 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, e com o mecenato da Irmandade dos Clérigos, da Fundação Millennium BCP e da Associação Comercial do Porto.

  • 2021

    Reabertura da Igreja de Santa Clara do Porto.

Voltar
Topo